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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Do outro lado do espelho






Em 1865, um professor de Matemática de Oxford escrevia Alice no País das Maravilhas, para uma menina homónima mas bem real. Tornar-se-ia um imenso sucesso, esse discurso aparentemente onírico, mas exaltando o valor da independência face aos obstáculos. O País das Maravilhas não é o «melhor dos mundos» que satirizava Voltaire: lá admite-se a condenação à morte e gozarem-se uns aos outros. Sempre de leitura múltipla, emana do texto uma onda de «educação sexual», especialmente dedicada às meninas, esclarecidas, pela boa literatura feminina do tempo da Rainha Vitória, acerca das vantagens de aceitarem de bom grado um homem vinte anos mais velho (e rico). Alice não é apenas «Literatura»: é todo um imaginário, traduzido em iconografia avulsa de pequenos objectos como ilustrações, envelopes, falsos selos de correio (impressos pela «Phantasmagoria Security Printers of Wonderland & Co»)… Quase um paradigma das actuais campanhas de promoção! O senhor professor tinha uma paixão pela fotografia, pelo xadrez, e era um precursor amante da filatelia (mais! criador das suas próprias peças)!


Meia dúzia de anos mais tarde, em 1871, publica a continuação: Do outro lado do espelho, ou o que aconteceu a Alice no País das Maravilhas. O livro começa por um enigma de xadrez proposto aos leitores. Fortemente criticado pelos jogadores de xadrez sob a acusação de desrespeitar as regras, Lewis Carroll, numa segunda edição, um quarto de século depois, escreveria:

«Tendo em conta que o problema de xadrez a seguir enunciado desconcertou vários dos nossos leitores, parece-nos bem especificar que está correctamente resolvido no que toca à execução dos lances. Talvez a alternância das vermelhas e das brancas não seja estritamente observada, e quando, a propósito das três Rainhas, se emprega o verbo «rocar», trata-se apenas de significar que entraram para o Palácio.»

O «feiticeiro» condescende em revelar parte do enigma! Assume que passou vários lances das pretas em branco, mas que se trata de um recurso ficcional, não hesitando em fornecer uma chave «sexual» de iniciação feminina: a rapariga tornou-se mulher (perdeu a virgindade?). Fiquem com o diagrama que começava o livro e o desafio: o peão branco (Alice) dá mate em 11 lances… para a semana, apresentaremos a solução!

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