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sábado, 25 de janeiro de 2014

Alpiarça é o refúgio...



Instalações cedidas pela junta de freguesia acolhe o clube dedicado à modalidade 

 
Alpiarça é o refúgio para os resistentes do xadrez da zona de Santarém


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A Casa do Xadrez de Alpiarça tem cerca de 10 anos de vida, mas os seus jogadores são homens com muitos anos da modalidade. Começaram em Rio Maior há mais de três décadas, passaram por Santarém e fixaram-se em Alpiarça, onde desenvolvem a sua actividade com grande entusiasmo.

Edição de 2014-01-21




São 14h30 de sábado dia 18 de Janeiro os xadrezistas entram no edifício cedido pela Junta de Freguesia de Alpiarça para mais uma jornada do Campeonato Nacional da Segunda Divisão. Os amigos do Bombarral chegam e os apertos de mão e as saudações sucedem-se. Às 15h00, os relógios começam a contar e, para muitos, o jogo deve ser resolvido tão cedo quanto possível. 

“Nunca se sabe quanto tempo irá demorar uma partida, excepto no caso do jogo rápido”, explica Carlos Nascimento, dirigente do clube alpiarcense. O dirigente, que joga há mais de três décadas, refere que a Casa do Xadrez de Alpiarça continua a remar contra a maré.

 “Jogamos por gosto e temos algumas dificuldades. Não tem sido fácil levar o xadrez avante. O projecto começou com o António Russo, depois de jogarmos durante muitos anos em Rio Maior e Santarém. Temos sobrevido financeiramente com as cotas dos sócios e com o favor da junta de freguesia que nos cedeu estas instalações sem nos cobrar renda”.

“Desportivamente temos disputado o Campeonato Nacional da Segunda Divisão, já temos uma idade avançada e não podemos ir muito mais além. Chegámos a disputar o Campeonato da Primeira Divisão, mas se não houver rejuvenescimento na modalidade corremos o risco de ficar pelo caminho. Precisamos de captar juventude para a modalidade”, disse com alguma tristeza Carlos Nascimento.
Os dirigentes da Casa do Xadrez de Alpiarça já se disponibilizaram junto da câmara municipal e junta de freguesia para iniciativas em relação aos mais jovens, mas não conseguiram uma resposta concreta. “Precisamos de gente jovem para que a modalidade não morra em Alpiarça”, disse.
O distrito de Santarém chegou a ter muitas equipas, mas as coisas foram morrendo. “As entidades oficiais deixaram de olhar para a modalidade e os jovens desinteressaram-se, têm outras coisas com que se entreter e o xadrez ficou para trás”, afirmou Carlos Nascimento, acrescentando que “é pena que ao nível do desporto escolar não se desenvolva a modalidade. Até porque o xadrez é importante para ajudar a capacidade de análise e no desenvolvimento mental dos jovens”.
Nesta altura a Casa do Xadrez de Alpiarça conta com a participação de uma dúzia de jogadores. “Normalmente não nos conseguimos juntar todos, somos um grupo um pouco disperso e as deslocações são feitas nos nossos transportes e ficam caras. Mas temos sempre a possibilidade de formar a equipa para nos representar no campeonato”, garante Carlos Nascimento.
No jogo do fim-de-semana a Casa do Xadrez de Alpiarça venceu 2,5 - 1,5 a Casa do Povo do Bombarral, foi motivo de satisfação para os jogadores alpiarcenses. “Mas o que fica sempre é o convívio do final da jornada”, referiu Carlos Nascimento.
 

Vítor Ferreira é actualmente vice-campeão nacional de veteranos.

Vítor Ferreira é o capitão da equipa da Casa do Xadrez de Alpiarça. Foi campeão nacional de veteranos em 2013 e este ano acabou no lugar de vice-campeão. “Jogo xadrez por gosto, já ando nisto há muitos anos e ainda não sei quando vou parar”, garante.
O título de campeão foi uma das suas principais vitórias na modalidade e o facto de este ano ter sido vice-campeão não desmotiva Vítor Ferreira. “Só posso garantir que vou continuar a trabalhar para voltar a ser campeão”.

Para Vítor Ferreira jogar xadrez a este nível é complicado. “É preciso gostar muito da modalidade e ter algumas possibilidades monetárias, as deslocações e inscrições são pagas por nós. É também por isso que a juventude se afasta da modalidade”.

Para Vítor Ferreira o futuro da modalidade em Portugal não é muito animador. “Na região de Santarém nem sei se há futuro. No resto do país pelo que me é dado a observar a modalidade tem vindo a regredir. Se não houver uma aposta séria no rejuvenescimento, o mais natural é a modalidade ficar confinada a Lisboa e Porto”, garante.


Link:  http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=636&id=97547&idSeccao=11120&Action=noticia

in O Mirante de 21-01-2014

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